Você sabe escrever?

 Você sabe escrever?

 Você alguma vez se viu diante da necessidade de escrever um texto e se viu desesperado por não saber como começar? De repente, pensando no tempo que teria para dar conta do recado e sem conseguir pensar no que escrever, o nervosismo diz pra você: "não adianta, amigo. Você não é capaz."

Acredito que muita gente comece a enxergar-se no que acabei de mostrar, não é mesmo? Mas, por que será que isso acontece com tanta gente? Será o destino? - Será que apenas alguns foram escolhidos para dominar bem a escrita da língua portuguesa e os demais foram excluídos? - Será? Ou há controvérsias?

Vamos pensar no assunto?

Bem, desde criança, sempre ouvi minha professora querida, Dona Mariinha, a inesquecível, afirmar que quando se quer, tudo é possível, assim ela era conhecida e considerada por todos, pelo fato de não permitir que nenhum dos seus alunos afirmasse que não era capaz de construir um texto. 

Ela afirmava que o ato de escrever se parecia com algo que a gente mais gosta de fazer, seja lá o que for. Então, para chamar nossa atenção, ela começava a contar histórias e aquela atitude prendia a atenção de todos. Nossa! Como eu gostava de ouvir as histórias que ela contava. Era uma viagem.

Certo dia, ela nos desafiou a escrever um texto. Eu já cursava a quarta série primária e me senti totalmente perdido porque não sabia por onde começar. Então, Dona Mariinha disse: "lembram das muitas histórias que já contei a vocês? Lembrem de alguma marcante. 

Relembrem os detalhes fortes, pensem nos personagens das histórias. A partir dessa reflexão, comecem a substituir tudo, ou seja, escolham uma história e comecem a recontá-la usando sua criatividade. Criem seus próprios personagens e acrescentem mais detalhes, de acordo com a imaginação.

A partir dessa fala, a turma se entusiasmou e tome lápis e papel a escrever. Foi a primeira vez que fomos desafiados por nossa professora querida. Aquele dia foi um despertar pela escrita para nós porque nunca havíamos pensado na arte da escrita como algo tão próximo.

Sempre há uma alternativa.

Tive um colega de faculdade que disse que despertou o gosto pela escrita a partir da exposição às bulas de remédio. Isso se deveu ao fato de ter de assumir os cuidados com a sua avó, à época muito doente, e que precisava tomar diferentes medicamentos com hora marcada. 

A partir daquele fato, foi obrigado a estar inteirado dos efeitos que cada medicamento poderia produzir cooperando para o bem-estar de sua avó. Para ele, foi o pontapé que precisava para começar a desenvolver a escrita.

Logo, é fácil perceber que a escrita  é desenvolvida a partir da leitura e precisa ser de forma tranquila, sem pressão e sem pressa. A maioria de nós já foi devoto dos gibis, concorda? Na minha juventude era uma paixão nacional. Era muito emocionante.

Conheço a muitos que começaram a gostar de ler e escrever a partir do consumo dos gibis. É preciso parar e refletir no que poderia se constituir como pontapé para gerar gosto por ambas, pois, são dois instrumentos valiosíssimos nos processos da comunicação.

Não perca tempo. Comece já!

Alguém já dizia que: "quem não se comunica, se trumbica." - Ou seja, quem não sabe dizer o que precisa, nunca será atendido. É o seu caso? Se sim, acredite, nunca é tarde para recomeçar do zero, pois, todos nós temos necessidade de dizer por escrito o que está em nossa alma, e de forma correta.

Nossa língua é bela. A princípio parece inalcançável dominá-la para dizer, para informar, para detalhar as nossas inquietações. Não olhe por esse lado. Constitua um objeto que sirva de trampolim para começar a escrever, sem medo de errar. É o mesmo início para todos. Queira! Ela é nossa!