Regras, pra que te quero?


 Regras, pra que te quero?

Pode até parecer uma pergunta sem sentido, mas, já parou para pensar? Sim? - Não? - Porém, para uns pode parecer fácil, tranquilo porque nada questionam, nada os incomoda, nada tira-lhes o sossêgo. Só que existem outros que não pensam da mesma forma.

Para estes é justamente o contrário. Para os que acreditam no senso de liberdade e que gostariam de exercê-la ao "pé da letra", acredito que viver em sociedade deve ser um martírio, não? O motivo? As muitas regras sociais, em geral, representam um impedimento para o exercício da liberdade.

Vou melhor esclarecer. Por exemplo: para alguns, as leis que regem o trânsito nas cidades são abusivas porque gostariam de dirigir um veículo de maneira livre e sem multas. Para os tais, a liberdade foi tolhida por contas das regras. E agora? - É possível viver sem regras em qualquer contexto?



Ainda não entendeu? Chega mais.

Outro exemplo bem comum e que nós, professores de língua portuguesa, ouvimos com certa constância, é a pergunta: "... mas pra que tantas regras, professor? - Eu gostaria de poder escrever de qualquer jeito e pronto." - Lembro certa vez quando outro aluno afirmou: "eu queria ser livre de tantas regras de português."

Será que a partir desses exemplos você já conseguiu entender a importância das regras, de um modo geral? - Conseguiu perceber a razão pela qual elas estão presentes em todos os contextos da nossa vivência? Viver em sociedade exige a presença delas.

Logo, quando pensamos na nossa língua as coisas não são diferentes. As regras existem para direcionar a nossa escrita, a nossa fala, o nosso pensamento e assim por diante. O fato de irmos à escola é uma regra social que é imposta aos pais e/ou responsáveis pelos filhos.




É assim que precisamos enxergar.

Mais uma vez, precisamos entender que a língua portuguesa, como qualquer outro idioma, não estará isento de regras a serem seguidas, pois, na verdade, as regras que a regem são apenas esclarecimentos daquilo que já praticamos diariamente quando falamos, quando expressamos ideias.

Por isso, a escola, especificamente a disciplina de língua portuguesa tem a missão de trazer tais esclarecimentos a todos nós, a fim de que possamos melhor compreender o porquê da necessidade de conhecer as diferentes teorias que compoem a estrutura do nosso idioma.

Portanto, não há necessidade de criar uma inimizade com as regras gramaticais, a ponto de "arrancar os cabelos" e não aceitar as orientações esclarecedoras que são instrumentos capazes de apenas responder "os porquês" de se escrever, por exemplo, "casa" com S mesmo tendo som de Z.

Até entendo que seria bem mais prático se pudéssemos escrever exatamente da mesma forma que pronunciamos as palavras, não é mesmo? - Sim, claro, como na palavra "azedo", a qual pronunciamos e escrevemos com som de Z, diferentemente da outra citada no parágrafo anterior.

Tudo no devido tempo!

Procure desenvolver outro olhar para as regras da nossa gramática. Elas foram criadas para deixá-lo com mais habilidades e com condições para entrar e bem se comportar em diferentes contextos, diferentes situações. Vá devagar. Como diz o velho ditado: "comece do começo."

Se não entendeu, pergunte. Tem receio de perguntar a alguém com receio de ser chamado de "burro". Sim, infelizmente, ainda tem gente que age sem ética ou respeito. Mas, mesmo asim, não desista. Pergunte para o Google. Tenho certeza que ele responderá de forma entendível. Ah, e nunca lhe chamará de "burro".

   


Comentários

  1. Na verdade eu "amo português" apesar de saber que regras existem para mostrar e nos direcionar a seguir o caminho certo, porém concordo deveras com o texto acima quando cita que a maior parte das pessoas não são muito chegadas a *regras*... Não sei se me fiz enteder!🙋🏻‍♀️

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  2. Muito bom professor. Considero que a prática dessas regras é uma boa leitura.

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  3. Execelente texto. Penso que as regras impõem certos limites necessários para até mesmo a sobrevivência de cada um de nós. Como no exemplo das regras de transito, se cada um fizer o que quer muitos se dariam mal. Assim vemos quando se quebram regras sobre velocidade, embriaguez ao dirigir e até mesmo a falta do uso do cinto de segurança.

    Da mesma forma a lingua precisa de regras para sua melhor compreensão pelo publico em geral e não se pode apenas considerar uma minoria que não as queiram usar.

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